terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

2009 - O Novo Enem e a constante mudança de rumos.

Esse texto foi escrito em 29 de janeiro de 2010 e teve uma grande repercussão via internet e impressos.O enviei para quase todos da minha lista de e-mails e tive mais de 20 e-mails de resposta contendo opiniões e críticas, sendo que 2 deles foram para publicação impressa e digital do texto. O jornal O Globo o publicou em sua página virtual, tendo também respostas e comentários de outros leitores sobre o texto. Foi impresso também num jornal de ênfase estudantil contra o ENEM. O título original é "2009 - Incertezas e Indecisões", mas achei mlhor adaptá-lo. "O ano de 2009, como todos os outros anos, teve assuntos mais falados e outros nem tanto. A crise econômica mundial e o Brasil na Copa da África do Sul em 2010 ocuparam algumas das manchetes de jornais em 2009. Mas nenhum desses assuntos teve tamanha efervescência quanto o Novo Enem. O exame que até então tinha uma outra denotação, chega em 2009 por meio de imposição aos estudantes com a justificativa de democratizar o acesso às universidades. Nenhum jovem ou professor foi questionado quanto a sua opinião sobre o Novo Enem. As cabeças dos estudantes e vestibulandos ficaram sem direção, sem ponto de apoio. A cada dia que passava, notícias mudavam os rumos das aulas e das provas. Os cursinhos mudavam suas logísticas e os alunos tomavam novas estratégias. Tanto esforço em vão. Pois em menos de uma semana, tudo mudava novamente. 2009 foi um ano de instabilidade e incertezas para os estudantes brasileiros. Quando tudo parece tomar um rumo certo, a prova é roubada. E, mais uma vez, chega o caos aos cursos, estudantes e familiares. Protestos, manifestações, passeatas. Nada adiantou para acabar com o Enem, e o estudante brasileiro percebe que sua voz não é ouvida, quando esta deveria ser a mais importante de todo o processo. Cabe a nós esperar. A prova roubada foi lançada no site do MEC para que os alunos possam estudar e conhecer melhor a linguagem do novo exame. Porém, isso não serviu de nada, pois nos dias 5 e 6 de dezembro vimos que a prova de 180 questões ficou mais difícil. Textos maiores e mais complicados versus o tempo ínfimo de apenas três minutos por questão. A prova do Novo Enem foi um fracasso, a maioria dos alunos discordou da prova e se desinteressou pelo Enem, pois algumas universidades desistiram de usá-lo como parte de seu processo de qualificação. No dia 29 de janeiro, foram abertas as inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Os estudantes poderão ver se, com a nota obtida no Enem, podem ingressar na instituição desejada. Será que isso vai funcionar? Ou amanhã outra notícia muda o rumo das coisas? É o que nós, estudantes, perguntamos ao MEC. Obrigado." -Uma das melhores respostas que recebi desse texto foi a seguinte, enviada por Juvenal Melvino no próprio site do Jornal O Globo: "UM ABSURDO o artigo! A despeito do incidente do roubo da prova, algo que deve ser objeto de investigação policial e política, pois o roubo da prova não teve a intenção de obter vantagens financeiras com a venda dos resultados, mas sim desmoralizar o ENEM e o governo. Pode-se afirmar que o ENEM é um avanço em direção à universalização do ensino público. Infelizmente, nos deparamos com este discurso da elite conservadora, racista e preconceituosa, que não quer perder seu status qüo." Francamente Juvenal...